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Carta as mulheres "cristãs feministas"

Essa carta foi escrita para toda mulher que se considera cristã e feminista. Querida irmã em Cristo, se partilhamos da fé cristã certamente concordaremos que as escrituras devem ser aplicadas a vida do cristão de forma integral, não é verdade? Sendo assim eu gostaria de te convidar para um diálogo honesto através da ótica cristã a respeito do feminismo para avaliarmos juntas se este movimento é compatível com a cosmovisão cristã ou não. Eu sei que talvez você considere um pouco chato falar de história, filosofia e política, mas se quisermos fazer um julgamento coerente é necessário que entremos nessas questões. Prometo sintetizar tudo ao máximo possível.

Considera-se que o movimento feminista começou com a Declaração dos direitos da mulher e da cidadã, texto jurídico redigido em 1791, que basicamente tratava a respeito da igualdade de direitos entre homens e mulheres. Não há dúvidas que o movimento feminino clássico, apesar de já começar problemático por conter certos traços marxistas, fez avanços positivos e necessários para as mulheres, como o Sufrágio Feminino. Creio que podemos dizer que se o feminismo se resumisse exclusivamente a igualdade de direitos jurídicos e trabalhistas, ao combate do sexismo e da mulher sendo vista como um mero objeto, poderíamos considerar como um movimento positivo e até compatível com o cristianismo, mas não é essa a realidade do feminismo na prática, nem no clássico e muito menos no moderno. Se fizermos uma análise sincera do que é o feminismo descobriremos que ser feminista vai muito além desses pontos positivos defendidos no inicio do movimento e sim é uma contracultura aos valores cristãos. Comecemos a análise então.

Vamos falar a respeito das pautas que o feminismo moderno defende. O feminismo combate a chamada Cultura de Estupro, que segundo elas consiste em transferir a culpa de um abuso praticado para a vítima que sofreu este abuso. Até aí tudo bem, discordo de quem tem pensamentos do tipo “se não estivesse usando tal roupa” ou “se não estivesse no baile funk nada disso teria acontecido”, a culpa é somente do abusador, no entanto as feministas tem uma maneira muito contrastante aos padrões cristãos de combater essa suposta cultura, um bom exemplo disso é a Marcha das Vadias, onde feministas fazem uma caminhada em protesto ao machismo fazendo uso de roupas sensuais ou mesmo quase que nenhuma roupa. Ainda há aquelas que não gostam de serem chamadas de termos tal como – desculpem-me o linguajar – vagabundas por se envolverem com vários homens, alegando que quando se trata de um homem se envolvendo com várias mulheres isso é visto pela sociedade como algo admirável. Irmã, é bem verdade que grande parte da sociedade considera um homem que faça tal coisa admirável, mas na cultura cristã você sabe que não, na verdade ambos estão sendo imorais. Entenda bem, o machismo não é o padrão de Deus para os homens e obviamente deve ser combatido dentro e fora da igreja, mas não podemos apoiar formas de combate que ao mesmo tempo façam apologia a comportamentos imorais. O termo Cultura de Estupro é muito mais abrangente do que as feministas gostariam de considerar. Se há uma Cultura de Estupro, é preciso considerar também o significado da palavra cultura e entender que tudo que incentiva a imagem da mulher como sendo um objeto sexual está incluso, até mesmo letras de música de baixo calão que hoje são tão comuns não somente no funk, mas em vários outros gêneros musicais. O feminismo prega que usar roupas sensuais e se envolver com muitos homens não faz de você imoral, mas a palavra de Deus diz que “as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia” (1 Timóteo 2:9) e que “a vontade de Deus é a santificação; que vos abstenhais da fornicação” (1 Tessalonicenses 4:3), percebe o contraste?

Além do mais as feministas enxergam a tal Cultura de Estupro como sendo a causa da existência de homens estupradores, transferindo a culpa que deveria ser de um indivíduo para a sociedade patriarcal. Em outras palavras, isso nada mais é do que uma manobra do marxismo/comunismo/socialismo para tentar vender uma proposta de salvação supostamente capaz de eliminar a maldade do homem criando assim a sociedade perfeita, um verdadeiro paraíso, que utopia! Isso só seria possível se aquela famosa frase “o homem nasce bom, a sociedade que o corrompe” fosse verdadeira, o que sabemos que é o completo oposto do que a bíblia diz. Desde a queda de Adão todo ser humano já nasce inclinado para o pecado, não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores. Somente a obra da regeneração na vida do ser humano feita pelo Espírito Santo pode transformar um pecador em alguém que tem aversão ao pecado. Então ainda que exista uma Cultura de Estupro – a qual só creio na existência se a entendermos naquele conceito mais abrangente – a causa da existência de estupradores não está na propagação dela, mas na depravação total do homem, o qual é inteira e exclusivamente culpado seus pecados.

O discurso feminino moderno também é pró abortista, defendendo que a mulher deve ter o direito de escolher abortar se assim desejar, pois o corpo é dela. Não interessa se você não tem a intenção de abortar, defender que o aborto deve ser um direito da mulher é tirar o direito de uma criança de viver. Não se trata só do corpo dela, dentro dela há um outro corpo indefeso. Você concorda com a afirmação de que o aborto é interromper a continuidade de uma vida? Se sim, por que acredita que interromper uma vida deveria ser um direito ainda que você não faça uso desse direito? Deus valoriza a vida e se você é cristão valorizá-la também é seu dever.

Há muitas outras pautas que o feminismo defende que são contraditórias ao cristianismo, mas vou mencionar rapidamente apenas mais uma que percebo que está fazendo grandes estragos dentro das comunidades cristã, que é a defesa de que homens e mulheres são iguais em seus papéis. Veja bem irmã, homens e mulheres possuem igual valor para Deus e, como já tratei antes, mulheres devem possuir direitos jurídicos e trabalhistas iguais aos dos homens, contudo segundo as escrituras homens e mulheres possuem papeis diferente na família, na sociedade e na igreja. Não me entenda errado, a palavra de Deus não diminui a importância do papel feminino e enaltece o papel masculino, pelo contrário, são papeis complementares entre si e de igual valor. E é muito triste dizer, mas se você não consegue enxergar isso é porque você não entendeu a nobreza que há na verdadeira feminilidade cristã. Gostaria de discorrer um pouco mais sobre a verdadeira feminilidade cristã, mas isso é assunto para outro texto para não correr o risco deste ficar exaustivo.

Querida irmã, depois deste diálogo franco, o que você me diz? Honestamente não vejo como pode haver compatibilidade entre o feminismo e o cristianismo. A conclusão que podemos chegar é que é muito perigoso deixar que outras ideologias, filosofias e culturas amoldem a nossa mentalidade. Se por acaso houver em alguma dessas convergência com as escrituras, aí retemos o que é bom, mas a partir do momento que passamos a defender movimentos que se opõem as escrituras, devemos começar a nos questionar se a cosmovisão que utilizamos para enxergar a vida é de fato cristã ou se estamos criando uma quimera intelectual de acordo com a nossa própria vontade.

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