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A raiz da insegurança

Quem aí tem uma coleção arquivada de insights noturnos que surgem enquanto você procura pelo sono? Pois é, já que o intuito desde blog é dividirmos de maneira mais intimista os privilégios da vida cristã e seus dilemas, aqui vai, quem sabe um aprendizado pra vida sobre um assunto bastante pertinente e comum a todos o qual pensei antes de chegar o bom sono reparador.


Somos seres relacionáveis, isso não deve ser uma novidade para o cristão já que Deus nos dotou com esta capacidade desde a nossa criação, quando disse em Gênesis 2:18 “Não é bom que o homem esteja só”. Sendo Deus soberano e arquiteto de propósitos que transcendem nosso entendimento, certamente não foi uma ideia aleatória, mas quis enfatizar que a autossuficiência e o egocentrismo não são o padrão para os Seus.


O relacionamento que Adão e Eva tinham no Éden refletia a glória de Deus, o ambiente era de grande harmonia porque Deus era o centro. A maneira como homem e mulher se relacionavam não era independente de Deus, Ele não era um participante secundário, mas direto. Adão e Eva tinham convicção de que necessitavam de Deus naquela relação, porém uma vez que o pecado entrou no mundo manchou a harmônica relação do homem com Deus e sua capacidade de se relacionar retamente com o seu semelhante. Mesmo aqueles que são nascidos de novo precisam de uma constante atenção na maneira como desenvolvem seus relacionamentos, sejam eles entre amigos, família ou cônjuge. Afinal, não estamos isentos de erros e precisamos concordar que é lastimável quando eles refletem de maneira negativa e direta naqueles a quem amamos.


A nossa pouca habilidade em nos relacionarmos com o próximo é um reflexo da nossa falta de habilidade em nos relacionarmos com Deus. Mesmo o cristão – se não estiver atento ao egocentrismo exacerbado que facilmente se apodera de nossos corações – pode sem se dar conta, ter como dispensável a inclusão de Deus em si mesmo e em seus relacionamentos. A maneira como hoje o homem se relaciona com Deus e com as pessoas imprime um problema existente desde a queda; o homem passou a enxergar méritos em si mesmo e por isso Deus deixou de ser o centro regulador das nossas relações passando a ser um mero figurante. Sim, queridas irmãs, muitas vezes é este o lugar que Deus ocupa em nossos relacionamentos. E como um trágico resultado desse afastamento de Deus, os relacionamentos superficiais e descartáveis tem se espalhado como um vírus, gerando graves frustrações que levam pessoas, eventualmente à uma total descrença.


Nos tornamos débeis em amar e sermos amados, até mesmo em relação a Deus. Ciúmes, desconfiança, insegurança, falta de diálogo e divórcios são resultados de pessoas que perderam a essência estabelecida pelo criador no ato da nossa criação. A lógica é simples: Como podemos aprender a nos relacionar com o nosso próximo de forma que reflita o fruto do Espírito, se não temos relacionamento com Quem gera esse fruto em nós? Como podemos ambicionar ter relacionamentos que perdurem e sobrevivam ao caos da humanidade se desaprendemos a nos relacionar com a perfeição de Deus e de fazer dele parte da nossa interação com o nosso próximo? Quando as pessoas se relacionam com você elas conseguem ver Deus em seu proceder? Se as suas respostas forem negativas talvez seja necessário reavaliar o tipo de cristão que você tem sido, pois Deus precisa ser o maior atrativo na sua personalidade, caráter e temperamento, o verdadeiro motivo pelo qual as pessoas permanecem ao invés de entrarem e saírem da sua vida como se você fosse uma estação de metrô onde elas só estão de passagem enquanto não chegam ao seu verdadeiro destino.


O temor de perder pessoas, o medo de vê-las partirem de nossas vidas e a insegurança que nos impede de ser racionais, abre espaço para uma série de questões a serem avaliadas. O resultado disso tudo é que em nossa medíocre tentativa de mantê-las perto só conseguimos afasta-las casa vez mais, sabe por que? Porque supomos erroneamente que as pessoas deveriam ter necessidade de nós – seres desprovidos de bondade quando separados de Deus – quando na verdade o que elas realmente necessitam é da presença do Deus que habita em nós, o qual desenvolve em nós o fruto do Seu Espírito. Em outras palavras, quanto mais você tentar ser uma versão melhor de si mesmo tendo como motivação a permanência de alguém em sua vida, mais distante você estará de encontrar real transformação. Você pode até conseguir uma mudança temporária, uma máscara que disfarce suas debilidades, mas isso não é o bastante para cultivar-se um relacionamento duradouro. A única forma de manter uma relação que perdure – e perdure de forma saudável de maneira que glorifique a Deus – é quando reconhecemos nossa incapacidade de mudar a nós mesmos e entendemos que se há algo bom em nós, procede unicamente do Senhor e a partir de então Ele nos amoldará ao padrão de sua palavra, o único padrão capaz de gerar o amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. A verdadeira transformação, a transformação que perdura e continua se desenvolvendo por toda nossa vida, acontece dentro de nós primeiramente para que depois seja visível fora de nós. A raiz da insegurança está no fato das raízes do nosso relacionamento com Deus serem rasas. Aprofunde suas raízes em Deus e isso se estenderá para todas as suas outras relações. Não se amolde ao padrão fútil e mentiroso das relações teatrais da nossa geração, onde há uma exposição massiva de um amor sem raízes. As fotos das redes sociais, as declarações públicas nada valem sem o diálogo, a cumplicidade e amor não forem reais na intimidade, seja com Deus ou com o seu próximo.


Quem conheceu a cristo e teve um profundo e real encontro com Ele não consegue mais se ver em uma vida em que Ele não esteja. Ele é o ser mais acessível, perfeito, disponível, amável e constante que podemos encontrar nesta breve experiência terrena. É nele que nossa insegurança é dissipada, nosso vazio é preenchido, é Nele que nossa carência é sanada. Como ainda assim fazemos dele tão desprezível e desnecessário em nosso viver? A verdade é que enquanto não aprendermos a caminhar e aprender com a retidão que Deus tem em seu relacionar com o homem, seremos imperfeitos na maneira como nos relacionamos uns com os outros. Mesmo com Ele estamos sujeitos a deslizes, imagine uma vida sem tê-lo como modelo de relacionamento.


Inclua Deus em seus relacionamentos, pois a maneira mais nobre de amar e permanecer na vida do próximo é amando a Deus e permanecendo Nele que é santo e incansavelmente misericordioso. Deixe Deus gerir seus relacionamentos e a maneira como eles se desenvolvem. Seja uma amizade, um namoro, um casamento; toda relação possui prazo de validade quando Deus não é uma parte ativa disso.


Se permanecermos olhando de forma que subestime essa cultura que banaliza a relação do homem com o seu Criador e com o próximo, como fizeram adão e Eva, seremos eternos reféns de feridas feitas pelo desgaste e frustrações emocionais que o homem tem feito na vida da igreja, pois sim, isso afeta a igreja, afeta o relacionamento de Deus com o seu povo, porque enquanto o homem estiver cheio de si, menos Ele terá de Deus. Busquemos ser uma igreja onde casamentos não passarão pelo divórcio e consequentemente famílias não sofrerão seus graves resultados, onde amizades cumprem seu propósito de glorificar a Deus, namoros sejam comprometidos com a palavra e a santidade de Cristo, famílias onde cada um cumpre seu papel e a cumplicidade é uma constante independente das intempéries da vida e vivamos assim em um mundo onde Deus é glorificado em nossos relacionamentos!

Deus a abençoe :)


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